Conversando com amigos no Brasil, descobri que poucos sabem, ou se lembram do escândalo da venda de sangue contaminado nas províncias de Henan e Anhui na China.
Esse artigo então é para refrescar a memória desse episódio não tão glorioso da história Chinesa ( para mais informações, leiam o artigo da BBC).
Resumindo rapidamente, autoridades locais autorizaram a compra de sangue em províncias paupérrimas no interior rural. Agricultores pobres viram a oportunidade de fazer um dinheirinho extra e se prestaram "voluntários". Vários venderam sangue repetidas vezes.
Se as condições de higiene tivessem sido respeitadas, o final seria feliz, pois o dinheiro da revenda do sangue trazia um alívio para os camponeses e uma boa comissão para as autoridades locais. Porém, não somente as agulhas estavam contaminadas, mas os agricultores - para não ficarem fracos pela grande quantidade de sangue vendida - foram reinjetados com plasma alheio e contaminado.
Não se sabe ao certo quantas pessoas foram infectadas nessa época, porque o governo fechou as cidades e livrou-as à própria sorte. A BBC estima 600,000.
Hoje estimativas oficiais afirmam existirem 76,000 órfãos (de menos de 18 anos) nessa região. Muitos perderam não somente os pais, mas também tios, irmãos, primos. Uma fundação privada cuida de uma parte dssas crianças: a Chi Heng Foundation. A fundação tenta encontrar lares para essas crianças - normalmente com algum familiar - e fornece uma ajuda à familia e à criança, desde a escola primária até a conclusão de seus estudos na Universidade.
Chi Heng Foundation é a maior organização caritativa trabalhando na região e hoje consegue ajudar 4,000 órfãos. Infelizmente, ainda uma gota d'água.
Monday, April 23, 2007
Saturday, April 21, 2007
Joe le taxi
Devo ter acabado o seu dia com esse título. Você vai passar o resto do dia cantando "Joe le taxi", ou então "Vou de táxi" na versão em português. Porque música que é chata, pega. Dá dor no tímpano só de pensar na voz da Vanessa Paradis. Pior ainda, dá enxaqueca de lembrar da Angélica. Porém, nada se compara à trilha sonora dos táxis de Hong Kong.
Requisitos para ser taxista em Hong Kong:
1. dirigir mal;
2. ser fã de Hello Kity;
3. ser surdo.
Depois vêm uma lista enorme de coisas em comum, que não sei se são requisitos, ou se é moda. Tipo pendurar uma caixa de Kleenex de cabeça para baixo na aba que protege contra o sol (é, naquela abinha onde você esconde a frente do rádio quando desce rapidinho na padaria). Deve ser por falta de roubo de rádio (às vezes acho que preferiria o roubo... que coisa boa entrar em um táxi em silêncio, sem RTHK gritando no último volume...).
Hello Kittys... só vendo para crer. Estão coladas nos vidros, nos bancos, versão boneca que mexe a cabeça. Raro o táxi que não tenha. Hello Kitty free não existe.
Outra mania é coleccionar telefones. Eu, com o meu Nokia capenga, versão Papirus, morro de vergonha de falar no telefone dentro do táxi. Eles estão sempre com o último modelo, GPS e bluetooth (lê-se blutusss, com a língua entre os dentes). Outro dia tentei tirar foto de um, mas não consegui por causa do ângulo. Vai aí uma fotinha mal tirada, de qualquer maneira. Ele tinha dois telefones pregados na frente e dois blutuss, um em cada orelha. Se tocarem ao mesmo tempo, dá curto.
Mas o mais interressante é o código da mãozinha. Quando você entra no carro e diz onde vai, tem sempre duas opções:
1. ou o taxista vira para trás e grita AAAN? (lembre-se o terceiro critério é ser surdo).
2. ou ele levanta a mãozinha, tipo Heil Hitler, e pisa no acelerador. Isso significa: ok, sei para onde vou.
E lá se vai, com RTHK no último volume, se você der sorte é hora do jornal, senão vai ter que escutar umas musiquinhas insuportáveis. Se tiver muito azar pega um fã de ópera cantonesa. É nessa hora que dá a maior saudade da Angélica.
Requisitos para ser taxista em Hong Kong:
1. dirigir mal;
2. ser fã de Hello Kity;
3. ser surdo.
Depois vêm uma lista enorme de coisas em comum, que não sei se são requisitos, ou se é moda. Tipo pendurar uma caixa de Kleenex de cabeça para baixo na aba que protege contra o sol (é, naquela abinha onde você esconde a frente do rádio quando desce rapidinho na padaria). Deve ser por falta de roubo de rádio (às vezes acho que preferiria o roubo... que coisa boa entrar em um táxi em silêncio, sem RTHK gritando no último volume...).
Hello Kittys... só vendo para crer. Estão coladas nos vidros, nos bancos, versão boneca que mexe a cabeça. Raro o táxi que não tenha. Hello Kitty free não existe.
Outra mania é coleccionar telefones. Eu, com o meu Nokia capenga, versão Papirus, morro de vergonha de falar no telefone dentro do táxi. Eles estão sempre com o último modelo, GPS e bluetooth (lê-se blutusss, com a língua entre os dentes). Outro dia tentei tirar foto de um, mas não consegui por causa do ângulo. Vai aí uma fotinha mal tirada, de qualquer maneira. Ele tinha dois telefones pregados na frente e dois blutuss, um em cada orelha. Se tocarem ao mesmo tempo, dá curto.
Mas o mais interressante é o código da mãozinha. Quando você entra no carro e diz onde vai, tem sempre duas opções:
1. ou o taxista vira para trás e grita AAAN? (lembre-se o terceiro critério é ser surdo).
2. ou ele levanta a mãozinha, tipo Heil Hitler, e pisa no acelerador. Isso significa: ok, sei para onde vou.
E lá se vai, com RTHK no último volume, se você der sorte é hora do jornal, senão vai ter que escutar umas musiquinhas insuportáveis. Se tiver muito azar pega um fã de ópera cantonesa. É nessa hora que dá a maior saudade da Angélica.
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Monday, April 02, 2007
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