O telefone fixo (na verdade semi-móvel, porque é sem fio), o celular, o blackberry do trabalho, o skype-phone estão todos olhando aqui para mim e ameaçando tocar e me conectar com o resto do mundo. Não, hoje não, que eu estou com dor de cabeça. Isso fora o Messenger, o Skype, Gmail, Orkut, e até esse blog me conectam instantâneamente com o resto do planeta, incluindo meu priminho em Brasília que me manda notícias de futebol e meus pais brincando de turista em Paris.
Gosto de eletrônica comunicativa, mas não sou a única. No meu primeiro ano de relações internaciais, um professor que não tinha mais o que fazer, nos deu uma palestra sobre o mundo "tele-micro-computrônico" onde vivemos. Apesar de ter razão, ele perdeu 70% dos ouvintes ao proferir essa frase. Em Hong Kong, telefones celulares são uma mania nacional. Ou territorial, como queiram. Há 6.9 milhões de usuários na cidade, o que significa 95% da população entre 15-59 anos (ver artigo Forbes.com).
Essa febre, como todas febres, também causam mal-estar e tontura. "Ringtones*" para todos os lados. Graças aos deuses do Olimpo ainda não ouvi nenhum celular tocando o gingle do Mr Softee. Fora isso, já ouvi tudo, gato miando, criança chorando, até a frase-fetiche do "Bus Uncle". Para os não iniciados em besteira da net, o tal do Bus Uncle é um pobre coitado que perdeu a paciência com um garoto dentro de um ônibus aqui em Hong Kong e seus gritos de "Estamos sob pressão" em cantonês em uma discussão absurda o transformaram em estrela da internet (aqui está o vídeo do youtube para quem quiser ver, mas eu não acho a menor graça. Virou moda aqui. Virou piada. Virou ringtone. --- Engraçado mesmo é o novo vídeo dos Backstreet Boys, mas não vem ao caso).
A moda é ter o "ringtone" mais chato e deixar tocar. Nunca atenda à primeira chamada, esteja você em um restaurante, na rua, ou mesmo esperando a sua carteira de identidade sair, na fila com mais milhares de outras almas que prefeririam estar em outro lugar. Testar os nervos alheios é a maior diversão. Depois de muito tocar, esgoele um Guaaaaaaaaaaaaaaaaai - o alô local. Dentro do ônibus, do elevador, do metrô. Porque aqui, claro, a cobertura é total e não existe nem aquela desculpa de estar passando dentro do túnel para poder desligar.
Mas insuportável que isso, só lá em Goiânia, onde uma resposta comum ao tradicional alô é: "Quééém?". Quem, mas quem o quê? Eu disse alô e você vem com quem.... E segue assim, eu com raiva e o outro, com ignorância: Quem o quê? Quem é que está falando? Você que está ligando. Mas quem está falando? A pergunta é, você quer falar com quem? Olha, não vai dar. Liga mais tarde, que só vai atender quando você tiver mais educação.
*Ringtone para os leigos é o toque do celular. A campainha. A sirene, em alguns casos. Como é que chama em português propriamente dito? Alguém me ajuda? Sou da época em que dicionário era Aurélio e não Houaiss, sô. E não tinha ringtone, não.
Wednesday, August 30, 2006
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5 comments:
ui, como eu DETESTO o tal do "quem?"... Tenho vontade de fazer como você descreve... Outro dia foi uma uberlandense mas como era ligação de trabalho, ia ficar muito feio se eu fizesse isso...
Beijos!
Oi, passei aqui para dizer oi!! Depois eu te escrevo do meu email. Beijão!
simplesmente ringtone.
nao tem tradução..
Já mandei um mail para o seu gmail. Beijos!
Quéééééém é por-do-sol?
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