Não estou mais em Hong Kong, mas tenho vontade de continuar o blog. Continuarei a falar de Hong Kong, com certeza, mas falarei também do meu novo vilarejo na Suíça. Não é exagero, é realmente um vilarejo, tem 1078 habitantes, incluindo meu marido e eu. Pequeno, mas com consciência ecológica.
Aqui o lixo é reciclado, então temos que separar o papel, papelão, vidro, metais. Também, latas de conserva, pilhas, lâmpadas, oléo de cozinha, remédios e cápsulas de café. É, isso mesmo, tem um container específico para as cápsulas da Nespresso (quem não viu a propaganda com o George Clooney... procure no iutúbio.) Ah, e meu iogurte gostoso que vem em um potinho de vidro – tenho que lavar o potinho antes de jogar fora.
Eu faço tudo isso, e sinceramente, não é tão trabalhoso assim. O problema é depois ter que levar tudo isso para a lixeira, que obviamente, fica a 1km daqui e abre somente às terças e sábados. Pela manhã. Fora o espaço perdido dentro de casa, porque esse lixo tem que ficar em algum lugar. Então eu tenho um armário para lixo. Reservado especialmente.
E as sacolas plásticas? Na França, aboliram. Moro na fronteira entre a Suíça e a França, então faço minhas compras do lado francês que fica aberto até mais tarde. Agora me acostumei a levar sacolas grandes para carregar as compras, porque no começo sempre esquecia e tinha que comprar um caixote enorme de papelão para carregar tudo. Mas faço isso feliz.
Preste atenção e você verá. Aquelas sacolinhas de plástico são uma praga mundial. No apocalipse (now) sobrarão apenas baratas e sacolas plásticas. Comece com uma pesquisa dentro da sua casa. Depois de uma mudança, o que resta no final? Poeira e as sacolinhas do Carrefour. Cercas de arame farpado – tem ímã para plástico? Há sempre uma sacolinha azul grudada. Poças d’água, canteiro de obras... tem sempre uma toda melecada.
E em Hong Kong, umas das cidades mais anti-ecológicas do mundo, obviamente não separam o lixo. E usam muitas, mas muitas, sacolas de plástico. A modernidade está começando, agora os supermercados fazem um dia por mês o No plastic bag Day. Mas os 353 outros dias do ano continuam iguais... E as maledettas vão parar na água. E você depois está lá, na boa, na praia, e gruda um plástico na perna, outro no braço...
Em Taiwan, depois de uma tempestade, tinha tanto lixo no porto que os barcos não conseguiam sair. A Marinha teve que liberar o porto das sacolas de plástico e tábuas boiando. Isso sem falar das pobres tartarugas que comem as sacolas achando que são águas-vivas. Resultado, menos tartarugas e mais águas-vivas, outro bicho que, para meu desespero, vai sobreviver o apocalipse now.
Chega de reclamar. Vou tomar um café. E guardar a cápsula no meu armário para lixo.
1 comment:
J'adore les tartarugas. C'est un des mots les plus droles en portugais, ainsi que les borboletas.
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