Já faz um mês que cheguei na China. Um mês desde as primeiras impressões em Xangai e Pequim. Precisei de um mês para me aclimatar, para me perder e me encontrar aqui em Hong Kong. Precisei deste mês para aprender muitas regras de sobrevivência como: comer de palitinhos; desviar do cuspe alheio e de milhares de transeuntes ao mesmo tempo; respirar ar poluído sem morrer de tossir; entender chinglês; falar chinglês... mas também aprendi a deixar para trás muitos preconceitos.
Vou começar do começo: Hong Kong é rude, feia, poluída, inóspita. Ao mesmo tempo, é fascinante. Passei bastante tempo tentando entender se eu gosto ou não da cidade. E teria dificuldade em responder até hoje. Não sei se gosto daqui, mas também não sei se não gosto, mas na verdade isso não interessa. Hong Kong não pára para saber a sua opinião.
É uma cidade de contrastes. Muitos a comparam ao Rio de Janeiro, errôneamente. Tem mar e tem morros, mas sem favelas. Aqui, subir morro é coisa de gente chique. Hong Kong também não tem violência. Não precisa segurar a bolsa para andar na rua, ter medo de voltar para casa à pé, e os joalheiros não colocam grades de ferro nas vitrines à noite.
O slogan cafoníssino “Where East meets West” (onde o Ocidente encontra o Oriente) do Tourism Centre talvez não seja tão mal. De oriente, Hong Kong tem a superpopulação típica Chinesa — dizem que a densidade populacional, se considerada apenas a área construtível (o território é insular e montanhoso), daria uma média de 36 000 pessoas por quilômetro quadrado. Tem ruas cheias de insígnias brilhantes, tem farmácias com poções mágicas do tempo dos imperadores; comidas indecifráveis; Feng-shui; Templos, crenças, superstições e muito mais.
De ocidente, Hong Kong tem uma arquitetura moderníssima digna de Nova York; restaurantes de praticamente todos países ocidentais; traduções em inglês em todas placas de rua; um dos melhores centros financeiros do mundo e um monte de gringos.
Hong Kong é tudo isso junto. E como diriam os Titãs, é tudo ao mesmo tempo agora.
1 comment:
G... Parabéns pelo blog! Era uma pena não partilhares estes textos deliciosos!Bjs. Luci
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